Resiliência na pandemia

Reinaldo Morais

Diante de tantas incertezas e noticiários negativos relacionados à pandemia Covid-19 é possível afirmar, que esses dias de sofrimentos que a humanidade tem passado, também são dias de oportunidades.

Nesse momento difícil deve-se exercer a resiliência. Todos de uma maneira ou outra passam por dificuldades, financeira, no trabalho, no relacionamento familiar e até no ministério, com as Igrejas fechadas confundindo os pastores.

Mas o tempo livre serve para conversar com Deus e pedir uma direção, uma estratégia para ajudar a discernir os tempos e as estações, a vida e melhorar em algum projeto de vida. E isso não pode ser somente na vida profissional, mas principalmente, na vida familiar. O que pode ser feito para ajudar os filhos, impressionar a esposa, as pessoas próximas? O tempo livre serve para ouvir e refletir.

Deus tem projetos para a vida de todos. Crer e avançar sobre os novos desafios é fundamental e sempre em primeiro lugar, buscando servir a Deus, sendo assim, um canal de benção.

Porque quando se está no centro da vontade de Deus, todos os obstáculos, são superados, passa-se por cima de todas as dificuldades. É como uma vara verde, que enverga, mas não quebra.

Como tem se tornou habitual, a cada semana uso as minhas redes sociais promovendo lives, numa forma de rever os amigos e debatermos sobre vários assuntos por meio da Internet, já que a pandemia nos afastou de forma presencial, mas nos uniu na forma virtual. Se por um lado o Covid-19 causa tragédias com as perdas de vidas humanas, ele acendeu o alerta de que somos importantes um pro outro nessa curta passagem que temos no planeta Terra.

Numa conversa com o pastor Cláudio falamos de relacionamentos familiares, conjugal e de convivências, durante essa pandemia.

Estamos aprendendo a ficar quietos, ficar mais em casa e nesse novo modelo, nessa circunstância, acabamos tendo que nos adaptar aos desafios, que muitas vezes se referem aos relacionamentos.

E vejo que muitas pessoas como eu também passei por isso, o maior desafio está no relacionamento, ou seja, com aqueles mais próximos.

Antes dessa pandemia, cada um vivia para um lado, cumprindo agendas de viagens e aí tivemos que ficar mais quietos, todos tendo que ficar trancados dentro de casa e tivemos que aprender a conversar e a nos relacionar.

Lembro que minha mãe falava que quando estávamos muito próximos saia faísca. Mas hoje mudou.

Concordo com o pastor Claudio, que em sua avaliação observou que a pandemia propiciou a aproximação das famílias, pais e filhos. Para ele, a situação embora trágica, revela o sucesso entre os relacionamentos humanos. E por ser mais tímido, esse sucesso não é tão falado na mídia, diante das tragédias provocadas pelo covid-19.

Conforme o pastor Claudio, há de se animar com o que a situação tem feito de positivo sobre as famílias.

É um tempo de realinhamento, tempo de valorizarmos as pequenas coisas que não se prestávamos atenção, como sentar todos juntos à mesa, poder apreciar o por do sol em família, valorizar coisas simples, que na correria estávamos desacostumados.

O  pastor Cláudio ressaltou que, tínhamos a sensação de que as coisas não funcionariam sem a nossa presença. E o pastor mostrou que não é bem assim. Descobrimos que não fazemos tanta falta  nas rodas de negócios e decisões, mas fazíamos dentro da família e não percebíamos.

A conversa se estendeu para os relacionamentos entre os casais que quando não se entendem chagam ao nível de frustrações e às vezes, graves. Quando se inicia um casamento, uma vida a dois, é difícil para todos.

E lembro quando casei ainda muito novo, que também passava por dificuldades financeiras, que não dava para comprar uma lembrancinha para minha esposa, mas tinha as flores que nas minhas viagens a trabalho sempre levava para casa e dava para ela.

Não tinha dinheiro sobrando, mas a flor tinha. Essas pequenas lembranças substituem a expectativa de dar presentes em dias de aniversários, dias dos namorados, dia das mulheres. E um dia surpreendi a minha esposa, numa sexta-feira 13, considerado dia do azar com um lindo arranjo de flores que enviei para ela. Escrevi “no dia em que todos falam em azar, digo que você é a sorte de Deus na minha vida”. Ela pode ter esquecido de outras vezes que dei flores, mas do dia da sexta-feira 13, ela não esqueceu.

Como disse o pasto Claudio, no casamento não podemos gerar expectativas de gestos extraordinários, pirotécnicos, mas criar algo que seja mínimo, possível e viável. Não é possível passear de Gôndola em Veneza, mas pode ser maravilhoso desfrutar de um pedalinho em um lago próximo de casa. No casamento e na vida, os detalhes fazem toda a diferença. É saber qual é a linguagem do amor, uma atitude descrita no livro “As Cinco Linguagens do Amor” de Gary Chapmam.

Assim como é importante à presença do pai, nas atividades dos filhos, principalmente, na escola, participando de uma festa junina, gincanas, que ficam marcados para sempre na vida dos filhos e das esposas ou esposos. Isso o dinheiro não vai pagar.

Todos nós sonhamos com a vida financeira próspera, mas não podemos deixar de valorizar esses pequenos atos em família. Não se despreza a família em troca do sucesso profissional e financeiro. Primeiro Deus, família e metas profissionais. A prosperidade que se busca não está somente no dinheiro.

Nessa pandemia, temos que crer que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e que no momento oportuno ele vai nos dar o escape, a direção, a estratégia. E o nosso destino é sermos mais que vitoriosos. E nisso que devemos acreditar e sermos felizes. Independente da dificuldade, seja pandemia ou noutra situação, não se pode perder de vista que lá no fim, algo de bom vai acontecer e se a vitória ainda não chegou é porque o fim ainda não chegou.

Reinaldo Morais é empresário, escritor, político e evangélico.

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