Prefeito reclama de buscas em casa e chama Gaeco de truculento

Operação Stop Loss investiga formação de quadrilha e superfaturamento em compras feitas pela Prefeitura de Rondonópolis na pandemia.

O prefeito de Rondonópolis José Carlos dos Pátio, acompanhado do procurador geral do Município, Anderson Flávio de Godoi, se pronunciou sobre a segunda fase da Operação Stop Loss que, na manhã desta quarta-feira (25), que resultou no afastamento do secretário de Administração Leandro Junqueira Arduini e em buscas na casa e gabinete dele na prefeitura.

 

Zé do Pátio disse que foi surpreendido com a operação, que considerou “truculenta e sem necessidade”, pois após a deflagração da primeira fase da operação, em junho deste ano, se colocou à disposição do Tribunal de Justiça e da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção para prestar quaisquer esclarecimento acerca ao inquérito e até fornecer o documento que fosse solicitado.

Informações do Ministério Público de Contas apontaram, ainda na primeira fase da Stop Loss, superfaturamento em itens contratados pelo Executivo de Rondonópolis com Dispensa de Licitação nº 38/2020 que se destinou à aquisição de materiais de limpeza, tendo como justificativa de urgência a pandemia da covid-19, com autorização do prefeito Zé do Pátio.

No procedimento de Dispensa de Licitação de nº 37/2020 na aquisição de papel toalha e papel higiênico da empresa R. Merlim Rocha da Silva – ME, com nome fantasia Papelaria Art Papel em março de 2020. Além da enorme quantidade de unidades adquiridas, foi verificado sobrepreço de 48% na compra de papel higiênico e de 60% na compra de papel toalha.

 

Foram adquiridas 8.500 unidades de um “combo” de papel toalha contendo cada um 8 pacotes com 2.000 folhas, bem como a aquisição de 17.000 rolos de papel higiênico com 60m cada um, totalizando o valor de R$ 715.870,00.

 

Já o procedimento de Dispensa de Licitação nº 32/2020 para aquisição dos materiais de limpeza água sanitária, desinfetante, detergente, sabão em pó, sabonete líquido, limpador, saco para lixo de 100 litros e saco para lixo hospitalar, também para uso da Secretaria de Saúde. A compra foi feita junto à empresa Mosaico Distribuidora Atacado e Eletrônicos Eireli em março de 2020, atingindo o valor total de R$ 597.070,00.

 

O prefeito alega desconhecer os fatos investigados.

“Não recebemos os documentos e informações sobre as investigações, mesmo com inúmeras solicitações dos nossos advogados e procuradores, o que viola o nosso direito de defesa e compromete a prestação de esclarecimentos à sociedade”, afirmou o prefeito garantindo ser de seu interesse que as investigações transcorram com transparência e celeridade, para que sejam concluídas com máxima rapidez.

O gestor afirmou que determinou a revogação de todos os procedimentos com dispensa de licitação em investigação, 037, 038 e 039/2020. Dessa forma, ele assinalou que não houve a aquisição dos materiais de higiene e de limpeza para o combate à covid-19, nem pagamento ou prejuízos aos cofres públicos. Conforme o procurador-geral o Executivo municipal mandou cancelar a compra mesmo de iniciada qualquer investigação.

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