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Marina Granovskaia não vai entrar em campo na final da Liga dos Campeões. Mas, se o Chelsea derrotar o Manchester City e conquistar seu segundo título da competição europeia, boa parte da responsabilidade terá sido dessa russa de 46 anos.
Afinal, todas as decisões que levam ao sucesso ou ao fracasso da equipe londrina passam necessariamente pela “Dama de Ferro”, simplesmente a mulher mais poderosa do futebol mundial na atualidade.
Granovskaia trabalha no Chelsea desde 2003. Dez anos depois, virou diretora-executiva do clube. Mas a verdade é que não existe um nome de cargo suficiente para entender sua importância em Stamford Bridge.
A russa é o braço-direito de Roman Abramovich, proprietário dos Blues. Ainda que o dinheiro que banca o projeto esportivo londrino saia do bolso do magnata, é sua superpoderosa dirigente quem normalmente decide como ele será investido.
E Granovskaia não economiza na hora de buscar reforços. Desde que assumiu o comando do Chelsea, a diretora-executiva já investiu 1,26 bilhão de euros (pouco mais de R$ 8 bilhões) só na chegada de novos jogadores. Em todo o mundo, apenas duas equipes (o Barcelona e, curiosamente, o City, seu adversário na decisão do Champions) gastaram mais no Mercado da Bola ao longo das últimas oito temporadas.
Dos 11 jogadores que normalmente vêm sendo escalados pelo técnico Thomas Tuchel, nada menos que nove chegaram ao Chelsea por decisão da russa. As exceções são o capitão César Azpilicueta, contratado em 2012, um ano antes de ela assumir o poder, e o meia Mason Mount, cria das categorias de base, que ingressou nas escolinhas dos londrinos em 2005. A cartola dos Blues é formada em letras estrangeiras pela Universidade de Moscou. Logo que obteve o diploma, em 1997, ela foi contratada para ser assistente pessoal de Abramovich na Sibneft (hoje Gazprom), uma gigante na produção de combustíveis.
Quando seu patrão comprou o Chelsea, em 2003, ela se mudou para Londres e passou a dar expediente no clube. Inicialmente, sua função era participar da elaboração dos contratos comerciais e com jogadores da equipe inglesa. Com o tempo, Granovskaia ganhou a confiança de Abramovich para palpitar também em quais jogadores o time deveria contratar, dispensar, emprestar e negociar com outras equipes. Em 2010, ela foi nomeada como representante legal do chefe no conselho diretivo.
Nesse papel, viu o Chelsea ganhar sua primeira e até hoje única taça da Liga dos Campeões, em 2012. No ano seguinte, assumiu o cargo que ocupa até hoje e deu início a uma “era” que pode ser coroada com o bicampeonato europeu ainda neste mês. A decisão da edição 2020/21 da Champions será disputada no próximo dia 29 (sábado), no estádio do Dragão, no Porto (POR). Originalmente, a partida seria jogada em Istambul, mas, assim como no ano passado, a sede teve de ser alterada por causa da pandemia de covid-19.
Em Portugal, o jogo que decidirá o campeão europeu desta temporada poderá contar com a presença de público (ainda que reduzido). Doze mil ingressos foram colocados à venda, seis mil para torcedores de cada time. Essa será a terceira final 100% inglesa na história da competição. Em 2008, o Chelsea foi derrotado nos pênaltis pelo Manchester United após empate por 1 a 1 com a bola rolando. Duas temporadas atrás, o Liverpool se sagrou campeão europeu com uma vitória por 2 a 0 sobre o Tottenham.
O torneio teve outras cinco decisões entre clubes do mesmo país: três espanholas (todas vencidas pelo Real Madrid, em 2000, 2014 e 2016), uma italiana (Milan 0 x 0 Juventus, em 2003, com triunfo rossonero nos pênaltis) e uma alemã (Bayern de Munique 2 x 1 Borussia Dortmund, em 2013).
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