Após a exoneração do cargo de diretor da maior unidade penal de Mato Grosso, a Penitenciária Central do Estado (PCE), os reais motivos que levaram o policial penal Agno Ramos, a ser transferido para a cidade de Campo Novo do Parecis, foram divulgados por um servidor nesta última semana. De acordo com o servidor, que atua na PCE e preferiu não se identificar, com medo de represálias, um tipo de “perseguição” é mantido por integrantes do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), que tem o ex-diretor como coordenador geral e que assumiu a gerência da unidade em agosto de 2019.
As denuncias, devidamente protocoladas e disponibilizadas para os veículos de comunicação, foram oficializadas pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen). Nos documentos, fica claro que a manifestação do sindicato junto às respectivas Secretarias, foi uma ação motivada pelos servidores da PCE, que mostraram as inúmeras irregularidades cometidas pelo grupo de intervenção, que atua na unidade até então.
“Nós, policiais penais que atuamos na PCE, estamos sofrendo perseguição por parte do GIR, somos hostilizados todos os dias, seja na unidade ou em grupos de Whatsapp. Eles (GIR) colocam nossa honra à prova”, disse o servidor.
Dentre os documentos protocolizados pelo Sindspen, um em especial, entregue à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), levantou vários questionamentos sobre a atuação do grupo comandado por Agno Ramos, mostrando ao secretário a real situação da unidade.
Veja parte dos questionamentos:
“1 – sobre a insatisfação de 1/3 (um terço) dos Policiais Penais lotados na PCE, documento em anexo;
2 – sobre as manifestações em grupos virtuais denegrindo a imagem e honra dos Policiais Penais lotados na PCE;
3 – porque motivo a Operação Elison Douglas ainda não encerrou e os plantonistas não reintegraram os postos de serviço, como a função armada?
4 – se há exigência legal quanto ao uso da farda verde para desempenhar a função armada ou se há previsão legal para uso da indumentária e em quais circunstâncias será usada?
5 – porque os Policiais Penais, integrantes do Grupo GIR não cadastra o IMEI (número de identificação do celular), para controle da unidade?
6 – os Policiais Penais advindos de outras unidades estão cedidos ou removidos para PCE? Essa liberação não está causando sobrecarga de trabalho àqueles que permanecem laborando, sem nenhuma compensação?
7 – porque estão removendo Policiais Penais da unidade, sem fundamentação, conforme artigo 4º, da Lei Nº 8.275, de 29 de dezembro de 2004?”.
Mesmo após toda a manifestação por parte do Sindspen e o afastamento do coordenador geral do GIR, o servidor conta que o “comando” da PCE, ainda continua sendo ditada pelo “Zero Um”, forma como a qual Agno Ramos é tratado pelos integrantes do seu grupo.
“A farra das diárias ainda continuam dentro da PCE, mas não é só os custos para o Estado que quero colocar aqui, mas sim, todos os transtornos psicológicos e morais que passamos na gestão do ‘Zero Um’ do GIR e que ainda continua sob a direção atual. Prova do que estou falando, é a última revista realizada na unidade na semana passada, quando foram apreendidos inúmeros aparelhos celulares, outras bugigangas e até mesmo freezers, estes dois últimos itens (bugigangas e freezer), sendo ordenado pelo GIR, o seu retorno para dentro das celas”, disse o servidor indignado.