Ana Marcela Cunha ganha ouro na maratona aquática

Foram muitos dias de luta antes do dia de glória. Por isso a música da banda Charlie Brown Jr., cuja letra Ana Marcela Cunha carrega tatuada no corpo, é eleita pela nadadora como a trilha sonora perfeita para a conquista da medalha de ouro na maratona aquática nas Olimpíadas de Tóquio. Depois de ficar fora dos Jogos de Londres 2012 e terminar em 10º lugar na Rio 2016, a brasileira diz que as frustrações do passado serviram como combustível para a vitória no Japão.

Eu soube lidar muito bem com essas perdas. Não ter conquistado alguns resultados só me deu mais motivo e mais gana para conquistar essa medalha – disse a nadadora. – Pequim 2008 foi um aprendizado, 2012 foi outro, ser cotada entre as favoritas na Rio 2016… ficar fora do pódio no Campeonato Mundial de Gwangju também serviu como um grande aprendizado para eu estar aqui hoje. Foram momentos importantes da minha carreira, passar por tudo que passei para chegar nessa medalha. Não me incomoda nem um pouco falar disso porque sei do que sou capaz e isso aqui é a prova.

Ana Marcela afirma que ter se concentrado na própria prova foi chave para o resultado. A estratégia era não desperdiçar energia puxando o ritmo da prova, principalmente em função do calor em Tóquio.

– Eu fiz a minha prova, me desliguei um pouco das meninas, tentei não me importar com o que elas estavam fazendo. Fiz o meu e talvez esse tenha sido o diferencial – analisa. – Se você reparar, eu era uma das que estavam dando menos braçadas, sendo mais econômica. Meu objetivo era ficar ali na segunda, terceira linha, sempre pegando o vácuo para economizar energia. Deixei sempre alguém colocar o ritmo, me mantive calma e esperei o momento certo de chegar. Fiz o que a gente tinha planejado, fiz a prova da minha vida.

Embora tenha alguns dias de descanso pela frente, a nadadora não esconde que as atenções já se voltam para a busca por títulos que ainda faltam. Entre eles, uma vitória na prova dos 10km no Campeonato Mundial.

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