A violência doméstica é uma chaga que perpassa todas as camadas sociais, atingindo mulheres independentemente de sua classe, etnia ou nível educacional. No entanto, em status sociais mais altos, o problema assume uma dimensão ainda mais complexa, devido ao silêncio imposto pelo medo de perder o status social. Este artigo busca explorar as razões pelas quais muitas mulheres, escolhem calar-se diante da violência doméstica, e deixa de discutir a fundamentação jurídica que protege essas vítimas.
A pressão do silêncio
Em círculos sociais privilegiados, a pressão para manter as aparências pode ser esmagadora. A violência doméstica, quando exposta, pode ser.
O silêncio da violência doméstica: Mulheres bem-sucedidas que se calam e sofrem em nome do status social
A violência doméstica é uma chaga que perpassa todas as camadas sociais, atingindo mulheres independentemente de sua classe, etnia ou nível educacional.
No entanto, em status sociais mais altos, o problema assume uma dimensão ainda mais complexa, devido ao silêncio imposto pelo medo de perder o status social.
Este artigo busca explorar as razões pelas quais muitas mulheres, escolhem calar-se diante da violência doméstica, e deixa de discutir a fundamentação jurídica que protege essas vítimas.
Independência financeira e o silêncio
Mesmo entre mulheres financeiramente independentes, o silêncio pode prevalecer.
A independência financeira, não necessariamente garante a liberdade emocional e psicológica, para romper com um relacionamento abusivo. Aquelas que possuem recursos financeiros podem se calar por vários motivos:
- Medo de Retaliação: O medo de retaliação é um fator crítico. A ameaça de violência física, emocional ou mesmo de ostracismo social, pode ser suficiente para silenciar a vítima. Esse medo é exacerbado pela percepção, de que o sistema de justiça pode ser ineficaz, na proteção imediata e contínua da vítima.
- Manutenção da Imagem Pública: Em ambientes onde a reputação e a imagem pública são altamente valorizadas, admitir a existência de violência doméstica, pode ser visto como um fracasso. A mulher, portanto, se vê obrigada a manter um relacionamento abusivo, para preservar a fachada de uma vida perfeita.
- Pressão Social e Familiar: Muitas mulheres temem o julgamento, e a estigmatização por parte da sociedade, e até de seus próprios familiares. A ideia de expor problemas domésticos, pode ser vista como uma vergonha, especialmente em círculos sociais mais elevados.
- Falta de Apoio: A ausência de redes de apoio adequadas é um problema persistente. Muitas mulheres desconhecem os recursos disponíveis, ou sentem que não têm a quem recorrer sem comprometer seu status social. A falta de apoio psicológico e jurídico especializado, contribui para a manutenção do silêncio.
Fundamentação Jurídica
No Brasil, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), é um marco legal no combate à violência doméstica. Esta legislação oferece diversas medidas protetivas para as vítimas, como a determinação de afastamento do agressor do lar, a proibição de contato com a vítima e seus familiares, e a inclusão da mulher em programas de proteção e assistência social.
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso III, estabelece que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. Além disso, a Lei nº 13.104/2015, conhecida como Lei do Feminicídio, altera o Código Penal para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do homicídio, incluindo-o no rol dos crimes hediondos.
A Necessidade de Mudar
Para combater eficazmente a violência doméstica entre mulheres de alta classe social, é essencial promover a conscientização e desestigmatização das denúncias.
As campanhas de sensibilização devem focar na quebra do silêncio, e na criação de ambientes seguros e acolhedores para as vítimas. Além disso, é importante fortalecer as redes de apoio e garantir, que as medidas jurídicas de proteção sejam implementadas.
Conclusão
A violência doméstica é uma realidade dolorosa que não respeita fronteiras sociais. Para muitas mulheres, o silêncio imposto pelo medo de perder o status social, é uma barreira significativa para buscar ajuda. A legislação brasileira oferece ferramentas importantes para proteger essas vítimas, mas, é necessário um esforço contínuo para garantir que essas leis, sejam efetivamente aplicadas, e que as mulheres saibam que não estão sozinhas.
Toda mulher pode ser e fazer o que ela bem entender. A luta contra a violência doméstica exige um compromisso coletivo de toda a sociedade para criar um ambiente onde todas as mulheres possam viver livres do medo e da opressão. Diga não à violência doméstica.