Show no Manso e fazendas foram usados para lavar dinheiro do tráfico, afirma a PF
Alavagem do dinheiro do tráfico do grupo investigado na Operação Status incluiu até mesmo a contratação de um show da dupla sertaneja Bruno e Marrone realizado no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, em 2017. A pousada Paraíso do Manso, onde o evento foi realizado, e também duas fazendas em Barra do Garças estão entre os bens apreendidos por decisão judicial nesta sexta (11).
A pousada não funcionaria efetivamente como empreendimento, segundo a Polícia Federal. O local seria utilizado para lazer dos investigados. Os imóveis no Manso e em Barra foram sequestrados em sua integralidade, com todos os bens que estavam dentro.
O empresário Tairone Conde Costa foi preso preventivamente em Cuiabá acusado de envolvimento com a lavagem do dinheiro ilegal. Ele seria o verdadeiro dono da pousada, das fazendas e também da loja de veículos de luxo Classe A, localizada na avenida Fernando Correa, em Cuiabá, que foi alvo da PF.
Os empreendimentos estavam em nome da esposa dele, Gilza Augusta de Assis e Silva, que não foi alvo da operação.
Em coletiva de imprensa, o delegado da Polícia Federal Lucas Vilela, responsável pela investigação a partir de Mato Grosso do Sul, afirmou que apesar de ser o responsável pelos crimes, Tairone não tinha qualquer rastro financeiro. Os principais investigados são de uma família, sendo dois irmãos e o pai deles, todos moradores de Campo Grande (MS).
“Esse investigado sediado em Cuiabá, ele tem vínculo com outras pessoas investigadas e com os líderes. Nesse período todo ele não movimenta conta bancária em nome próprio, não declara nada à Receita Federal. Está tudo em nome da esposa. E não sabemos bem se há relação de parceria ou subordinação em relação aos líderes”, disse o delegado.
A PF destacou que apreensões de drogas do grupo foram feitas desde 2014 até 2020, e que a operação de hoje mira o sequestro de bens para afetar a capacidade financeira dos criminosos. A concessionária em Cuiabá foi alvo de busca e apreensão na manhã de hoje.
“Eles vendem veículos efetivamente, mas boa parte do capital que circula nas contas tem origem ilícita, essa empresa é utilizada para lavagem. As duas fazendas em Barra do Garças também. Elas foram adquiridas em nome de um dos funcionários da organização criminosa, por R$ 10,5 milhões”, afirmou Vilela.
Além desse pagamento para compra das propriedades, o grupo criminoso também fez grandes investimentos na fazenda, com compra de maquinário agrícola e reforma. “Aparentemente tiveram algum prejuízo com a plantação de arroz até nessa propriedade”, registrou o delegado.
No total, foram bloqueados e apreendidos R$ 230 milhões do grupo. Desse total, cerca de R$ 60 milhões são de imóveis, incluindo as duas fazendas, a propriedade do Manso e a concessionária.
Fonte: https://www.rdnews.com.br/policia/show-no-manso-e-fazendas-foram-usados-para-lavar-dinheiro-do-trafico-afirma-a-pf/133491
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