“Por Deus” Saúde na UTI

Especialistas apontam que o sistema de transferência da responsabilidade pode estar colaborando com o agravamento da crise.

Uma das principais pastas que envolve a sociedade, o sistema de saúde da capital de Mato Grosso, hoje passa por um período conturbado, que possui uma luz no fim do túnel, com a intervenção do governo do estado, porém com algumas ressalvas, como o modelo de gestão adotado.

O caso que virou de justiça, para muitos agora é de expectativa por dias melhores, atendimentos em quantidade e qualidade, medicamentos acessíveis à população, melhores condições de trabalho aos profissionais, salários conforme o piso de cada categoria, pagamento em dia, realização de ações que venham reconhecer e valorizar aqueles que se dedicam em cuidar da saúde dos outros.

O “pesadelo” da falta de profissionais e medicamentos, filas intermináveis por atendimento e cirurgias, ainda assola a população. Nos últimos dias, o poder judiciário passou para o governo do estado de Mato Grosso, a responsabilidade administrativa do sistema de saúde de Cuiabá. Uma equipe de intervenção foi montada para fazer as devidas alterações. Os integrantes da Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, estão organizando para acompanhar os serviços realizados.

O vereador e presidente da Câmara, Chico 2.000 falou que a intervenção estadual, detendo toda gestão da pasta, sem nenhuma participação do município, é um fato novo, marcando a história política e administrativa do município.

“Chico 2.000, não demonstrou receber com bons olhos a concretização da intervenção”.

De acordo com fontes ligadas aos bastidores da Casa Municipal de Leis, a intervenção estadual representa uma derrota política administrativa para gestão Emanuel Pinheiro, que pode refletir diretamente na quantidade de vereadores da base, como também, nos seus apoiadores que estavam registrados como comissionados, prestadores de serviço, na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá.

Já o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Eduardo Botelho, a intervenção estadual não pode ser caracterizada apenas por uma mudança do detentor da gestão, para ele, as alterações devem ter reflexos imediato quanto ao atendimento aos pacientes.

Segundo rumores de fontes ligadas aos bastidores da Assembleia Legislativa, divergências dos poderes podem classificar a intervenção do sistema de saúde de Cuiabá, apenas por uma questão política. “Quem pode ou manda mais”.

Para vários especialistas, independente da causa, circunstância ou razão, o que não pode acontecer é ficar da forma que está. Segundo eles, a sequencia de terceirização até quarteirização, somadas as baixas remunerações, atrasos nos pagamentos e falta de condições de trabalho, é a receita que agravou a crise na saúde cuiabana.

Diante dos fatos, a população, principal interessada, clama por mudanças drásticas e rápidas, com ações que vão verdadeiramente de encontro com a necessidade dos pacientes, sem suspeitas de economia até no detergente ou superfaturamento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Os próximos dias, devido a intervenção, devem surgir notícias que podem aterrorizar a população, punir responsáveis, e enviar algumas pessoas para degustar das iguarias do Centro de Custódia da Capital.

Por Lauro Nazário
Fotos: Luis Alves

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