A majestosa profissão jornalista!
O mundo hoje vive, respira e consome muita informação, e digo de todos os formatos e distinções, uns absolvem conteúdos voltados para público de esquerda, outros de direita e ainda existem aqueles que consomem os dois lados, o que vale é se informar, não é mesmo! E aí é que vem a função do jornalista, ao qual neste dia 07 de abril comemoramos nosso dia, o profissional mais versátil, despojado e imparcial, bom pelo menos na teoria deveria ser.
Pensando em quem gostaria de ingressar na área, ou tem curiosidade sobre essa profissão, cito os locais onde os jornalistas podem trabalhar Rádios, jornais, televisões e sites estão cheios de conteúdo jornalístico, esses são os meios tradicionais, sem contar as assessorias empresariais, política, de ONG e por aí vai. Ainda é comum as pessoas me perguntam em qual TV você trabalha?E eu, com um sorriso meio de canto, respondo, nem todos os profissionais trabalham em TV e tá tudo certo. A televisão traz um glamour e apesar dessa convivência, eu não sei, pelo menos ainda gostaria de trabalhar.
Mas, vamos lá, apesar do consumo contínuo de notícias, você realmente sabe o que é, quando nasceu o jornalismo e qual o seu papel na sociedade? Vem cá vou te explicar!
O jornalismo no século XVII, como uma consequência da invenção de Gutenberg, a prensa de tipos móveis, que foi usada para iniciar a impressão em massa. A técnica considerada inovadora, juntamente com a formação de estados nação (países), deu início a publicações periódicas conhecidas como jornais. Hoje isso ficou na história né gente, convenhamos.
Vivemos a primeira fase do jornalismo (1789-1830), onde bandeiras políticas eram levantadas e o conteúdo podia ser considerado político e literário, sendo muito difícil diferenciar fato de opinião.
Aqui no Brasil, o jornalismo chegou bem tarde, apenas no início do século XIX, mas faz histórias, entre elas boas e ruins, embates, lutas e empoderamento.
Nos anos de 1830-1900, houve a separação do jornalismo opinativo do informativo. Os jornais tornaram-se mais objetivos e profissionais e então veio a padronização do noticiário e a divisão em editorias.
E em 1960 até os dias atuais, ficou marcada a crise da imprensa escrita a partir do avanço da tecnologia, e da percepção do jornalismo como uma profissão condenada.
Em tese, o jornalismo pode ser compreendido pela frase do empresário William Randolph Hearst: “Jornalismo é publicar tudo aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”.
Muitos pensam que a vida do jornalista é glamurosa, em tese é agradável, já que entre uma pauta e outras, sempre tem alegria, diversão, amizades, mas também tem tristeza, notícia ruim é que muitas vezes não agrada a fonte, mas é importante um jornalista profissional entender quais são as suas responsabilidades na sociedade, ter ética, resguardo de fontes entre outras situações.
Mas o que é ética mesmo? Ética é um acordo que estabelece os direitos e deveres de uma categoria profissional. Sendo assim, de acordo com o artigo 9º do Código de Ética do Jornalista, é dever do profissional: Divulgar todos os fatos que sejam de interesse público; Lutar pela liberdade de pensamento e expressão; Defender o livre exercício da profissão; Valorizar, honrar e dignificar a profissão; Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem; Combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercida com o objetivo de controlar a informação; Respeitar o direito à privacidade do cidadão; Prestigiar as entidades representativas e democráticas da categoria;
Além disso, o código também deixa claro que o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos e que ele não deve se pautar por interesses individuais. Portanto, o papel do jornalista é levar informação apurada e de interesse público para a população.
E agora uma coisa bem importante, e por vezes esquecida, o jornalismo fortalece a democracia, Oswaldo Martins Estanislau do Amaral, cientista político e professor na Unicamp, brilhantemente afirmou que: “Não há democracia sem liberdade de imprensa” , aquele jornalismo limpo, sem paixões, sim, o jornalista tem um lado, afinal é ser humano, mas ele deve se eximir no exercício da profissão, mas isso não é assunto para esse artigo.
Para que a profissão possa ser exercida de maneira plena, é necessário que os profissionais possam atuar de maneira livre e democrática. Isto é, podendo exercer críticas e questionamentos em relação ao governo e as políticas públicas vigentes.
Por isso, também está expresso no Código de Ética, que o jornalista não deve concordar com a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual.
O jornalista contribui com a sociedade, levando conteúdo de qualidade, narrando os fatos, denunciando sempre com imparcialidade.
Além das mídias tradicionais já citadas acima, a internet veio para contribuir com esse processo, às vezes atrapalha, com a disseminação das Fake News, pois potencializa e a instantaneidade das redes sociais proporciona a grande proliferação de notícias falsas, situação que causa uma falta de credibilidade à imprensa.
Ser jornalista é aprender a lidar todo dia com a contradição – e aceitá-la. É levar o leitor a entender que o contraditório também é construtivo, e as opiniões diferentes às nossas existem para serem questionadas, pontuadas e trazer um processo de crescimento numa democracia, mesmo que o momento seja de polarização ideológica. Ser plural, falar com todos e levar a informação como ela é.
Se me perguntarem, qual o meu sonho como jornalista, respondo sem titubear, que os jornais, veículos de comunicação, voltem a ser um ponto de referência, o local onde as pessoas podem buscar confirmação de notícias e informações.
Ana Barros é servidora pública, jornalista com pós-graduação em assessoria de imprensa em empreendedorismo e marketing digital.