Dema investiga ex-secretário por desmatamento ilegal na Baía de Chacororé

A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), instaurou um inquérito para investigar Antenor Figueiredo, ex-secretário municipal de Mobilidade Urbana de Cuiabá, por suposto desmatamento ilegal na Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço. Antenor teria contratado pessoas para retirar madeira e instalar uma cerca na região.

O inquérito foi instaurado em 18 de agosto e o delegado Alexandre Vicente determinou que Antenor seja ouvido. Além disso, abriu a possibilidade de um acordo denão persecução penal.

Os crimes ambientais foram flagrados em maio, de acordo com boletim de ocorrência da Dema. O caso foi denunciado pela Cooperativa de Criadores de Gado Pantaneiro do Médio Pantanal, a CooperPantanal em 30 de maio.

O relato inicial era de que um dos membros da cooperativa constatou que em uma área com 8 mil hectares na Baía de Chachororé vinha sendo desmatada. Para resguardar os associados da cooperativa, foi registrado o boletim de ocorrência em caso de fiscalização ambiental, já que o desmatamento teria sido cometido por terceiros.

“Os pequenos pecuaristas e criadores de gado, descendentes de famílias centenárias, que há mais de 100 anos criam gado na modalidade extensiva e em harmonia com o meio ambiente, em especial nos arredores da Baía de Chacororé, na data do fato, avistaram árvores cortadas transformadas em mourões, conforme fotos abaixo, para a construção de cerca de arame, possivelmente, onde os pequenos pecuaristas criam o gado de forma coletiva”, registrou a cooperativa na ocasião.

Uma equipe da Dema, foi até a área em 8 de agosto para intimar o proprietário da área a prestar esclarecimentos. Os investigadores flagraram dois homens cortando árvores de Angico em uma área de morro com uso de motoserra.

Questionados pelos policiais, os homens informaram que foram contratados por Antenor para retirar madeira que seria utilizada na construção de uma cerca.

Segundo os suspeitos, o contratante pagaria R$ 120,00 para cada dúzia de “mourão” produzida, e que a expectativa era produzir 100 “mourões”. Na hora, havia entre 90 e 96 “mourões” prontos.

Os homens flagrados foram identificados como Gilmar Alves de Moura e José Simão Martins e a propriedade seria de Antônio Soares da Silva, que negou ter contratado os homens para retirar a madeira.

Antônio declarou que não sabia do maquinário ou ferramenta utilizado no local e que não viu o desmatamento acontecer. Segundo ele, a propriedade não tem escritura, apesar de a família estar lá há cerca de 80 anos. O posseiro citou questões políticas teriam motivado o ocorrido.

No depoimento à Dema, Antônio disse que é comum a retirada de madeiras do local e que conhece Antenor apenas de vista, por ele ser dono de uma propriedade em Mimoso. E ainda disse que não tem controle sobre sua área, além de mencionar que havia cerca de cinco grileiros atuando na região.

Outro lado

Procurado, Antenor Figueiredo afirmou que não tem propriedade na região, apenas em Mimoso. Ao ser confrontado com os relatos do inquérito, o ex-secretário afirmou que precisaria se inteirar melhor do assunto. O espaço segue aberto.

Por: MDN
Fotos: Reprodução/MDN
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