Adeus ao “Velho Lobo” Zagallo

A história da Seleção Brasileira praticamente se confunde com a história de Mário Jorge Lobo Zagallo. Filho de Maria Antonieta Lobo Zagallo e Haroldo Cardoso Zagallo, ex-jogador do CRB, o alagoano passou a infância no bairro da Tijuca, começou a carreira no América e depois se transferiu para o Flamengo. Único tetracampeão do mundo, ele estreou pela Seleção em 4 de maio de 1958, na vitória por 5 a 1 sobre o Paraguai.

Ninguém jamais esteve mais ligado a camisa verde e amarelo que o velho lobo. Atuou como jogador, técnico e coordenador-técnico. Zagallo teve mais de 230 participações na Seleção. É o maior vencedor na Seleção. Dos cinco títulos mundiais, esteve presente em quatro: 1958 e 1962 como jogador; 1970 como técnico e 1994 como coordenador-técnico. O velho lobo, também esteve presente em 1998 quando o Brasil foi vice-campeão.

Zagallo esteve com a seleção em 238 oportunidades. De acordo com a CBF foram 168 vitórias, 51 empates e 19 derrotas. A Seleção marcou 551 gols e sofreu 185, apresentando um saldo positivo de 366 gols.

Carreira como técnico

Botafogo (Rio de Janeiro-RJ) – 1967/70, 75/78, 85/86; Flamengo (Rio de Janeiro-RJ) – 1972/74, 85 e 2000/e até Nov/2001; Al-Hilal (Arábia Saudita) – 1976/78; Fluminense (Rio de Janeiro-RJ) – 1979/80; Vasco da Gama (Rio de Janeiro-RJ) – 1981, 1990/91; Portuguesa (São Paulo-SP) – 1999.

Principais títulos como técnico

Copa do Mundo do México 1970, Mundial 1994 (Coordenador de Futebol), Copa América 1997, Taça do Brasil 1968, Copa dos Campeões 2000, Carioca 1967/68, 1971/72 e 2000.

Polêmico, carismático, teimoso, mas acima de tudo, um vencedor. Zagallo é o único homem na face da terra a ter quatro títulos de Copas do Mundo, duas como jogador (1958 e 1962), duas como técnico, em 1970, no México, e outra como coordenador-técnico, em 1994, nos Estados Unidos.

Nascido em MaceióAlagoasMário Jorge Lobo Zagallo mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Começou a carreira de jogador no América em 1948. Três anos depois, transferiu-se para o Flamengo, onde começou a ganhar destaque nacional.

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Campeão Mundial como titular na Suécia, Zagallo mudou de equipe cerca de dois meses depois da Copa. Foi para o Botafogo. Em General Severiano, formou a melhor linha de ataque da história do clube, ao lado de estrelas como QuarentinhaGarrincha e Amarildo.

Zagallo conquistou o bicampeonato estadual em 1961/62. Nesse último ano, aliás, ainda pode comemorar o bicampeonato mundial pela Seleção Brasileira.

Pouco depois de encerrar a carreira de jogador, Zagallo começou a atuar como treinador, nas divisões de base do próprio Botafogo, em 1965. E não tardou para chegar ao comando da equipe profissional. Já em 1967, levou o Glorioso à conquista do título estadual. No ano seguinte, o bicampeonato.

No início de 1970, a maior glória como treinador. Com a demissão de João Saldanha a poucos meses da Copa do México, Zagallo assumiu a Seleção. Ele aproveitou a base do antecessor e ajudou a moldar o Brasil tricampeão.

Permaneceu na Seleção até o fim da Copa do Mundo de 1974. Nos anos anteriores, chegou a acumular o cargo com o de treinador de clubes do Rio. E, 1971, por exemplo, foi técnico do Fluminense e, no ano seguinte, do Flamengo, ambos campeões estaduais.

Na semifinal da Copa de 1974, contra a Holanda, sofreu seu grande revés como treinador. O Carrossel Holandês atropelou o Brasil e venceu por 2 x 0. Até hoje Zagallo nega ter desdenhado do adversário.

Em meados da década de 70, Zagallo seguiu para o Oriente Médio, abrindo um caminho que se tornaria usual para treinadores, ávidos por uma boa remuneração, nos anos seguintes.

Dirigiu as seleções do Kuwait, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. À frente deste último conseguiu a proeza de garantir a classificação para a Copa do Mundo de 1990. Porém desentendeu-se com dirigentes antes da Copa e pediu demissão.

Em 1991, Zagallo foi chamado pela CBF para ser o Coordenador-técnico do Brasil. Três anos mais tarde, ganharia o quarto título mundial. E, depois do pedido de demissão de Carlos Alberto Parreira, Zagallo foi naturalmente indicado para assumir mais uma vez a Seleção.

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Nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, sofreu a maior decepção de sua vida profissional. Na semifinal contra a Nigéria, o Brasil vencia por 3 x 1 a 12 minutos do fim do jogo. Mas permitiu o empate e foi eliminado na morte súbita com um gol de Kanu. Era o fim do sonho do primeiro ouro olímpico. E a Seleção teve que se contentar com a medalha de bronze.

No ano seguinte, Zagallo se recuperou com os títulos da Copa das Confederações e da Copa América. Nessa última conquista, em um momento de desabafo após tantas críticas, soltou uma frase que se tornaria célebre: “Vocês vão ter que me engolir“.

Na Copa do Mundo de 1998, levou a Seleção ao vice-campeonato. Porém, ficou marcado pelo obscuro episódio que envolveu Ronaldinho antes da decisão. Enquanto viver, Zagallo terá que responder à pergunta: por que decidiu escalar o atacante mesmo tendo sofrido um ataque poucas horas antes da finalíssima?

Depois da Copa, Zagallo deixou o comando da Seleção. Três anos depois, provou ainda ter estrela ao ganhar mais títulos carioca pelo Flamengo.

Adeus de Zagallo

O tetracampeão mundial de futebol Mário Jorge Lobo Zagallo, conhecido como Zagallo, morreu na 6ª feira (5.jan.2024), aos 92 anos. A informação foi publicada no perfil do ex-jogador nas redes sociais.

Íntegra do texto publicado:

“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo.

Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas.

Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa”.

 

Por Blog do Valdemir
Fotos:Blog do Valdemir
Foto Capa: Criativaonline
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