O Vulto do Largo dos Tarumeiros

Essa história que vou narrar me foi contada por Tio Doca e depois minha avó Donana voltou a narrar e confirmar a história , a assombração do Largo dos Tarumeiros.

Tio Doca me contou em uma noite que estávamos sentados no Banho de Lua entristecidos por conta de uma notícia que acabará de chegar de Cuiabá.

A morte por suicídio de uma filha querida de nossa Leverger , nesse clima de comoção e forte tristeza que todos estavam surpresos , ele me contou o seguinte :

Em Leverger há muito tempo atrás Ele tocou ou ajudava em um bar aonde ficava a casa de Tio Maneco seu irmão , pai de Dr. Antônio e Tio Filó , bem no Largo dos Tarumeiros.

Foto: Ronald Weber

 

Na época toda a cidade ainda era a luz fornecida por um gerador lá perto da casa de Seo Isaías junto da Bica , era o responsável o “Seo Vadinho”.

Pois bem , antes de desligar o motor , uns minutos antes o “Seo Vadinho” desacelerava o motor , piscando as luzes da cidade , dando um sinal para o povo que estava na rua , caçar suas casas.

O bar que Tio Doca tocava esse dia estava com bastante clientes amigos e mesmo quando o motor deu sinal , poucas pessoas de lá saíram , a maioria ficou , o papo estava animado e bom.

Fotos: Facebook

Lá pelas tantas foi esvaziando , pois era ainda dia de semana , meia-noite , praticamente o último cliente pagou e se foi , aí Ele foi organizar e fechar tudo.

Assim que fechou tudo para se dirigir a sua casa do outro lado do Largo que era grande aonde morava Manoel Venâncio seu pai , aonde depois foi a casa de Tio Lolo e hoje é de Anelinda , o fato ilusitado aconteceu.

Bem quando fechou a porta do bar e deu uns passos , avistou um vulto branco , alto e magro , um pouco distante , lá pras bandas da Cadeia Pública , de inicio só observou e não parou.

Andou um pouco a frente e o vulto que estava em frente a Cadeia Pública , agora apareceu do outro lado já perto de onde iria mais tarde funcionar o Restaurante Cacimba , ele me disse , que ali naquele momento , estranhou muito.

Não dava tempo para percorrer toda aquela grande distância nem correndo , só voando e isso chamou sua atenção , o céu estava claro e podia a distância ver bem , fixou a vista no vulto e partiu novamente.

Voltou a andar , mais a frente o vulto desapareceu , e ele apressou o passo , quando ia cruzar o pontilhão que tinha depois do Buracão , viu ele de novo , alto e branco.

Agora já estava a sua frente bem na calçada da casa de seu pai , vovô Venâncio , o vulto estava de costas para Ele , andou e virou no Beco como quem vai para a Rua Treze de Junho em direção ao Rio Cuiabá e sumiu.

Tio Doca muito intrigado com aquilo , apressou os passos e antes de entrar em casa , resolve olhar no Beco na esquina da sua casa aonde o homem ou o vulto sumiu.

Contou que quando colocou o rosto para ver aonde aquele vulto foi ou estava , tocou de cara com um caixão de defunto preto e grande de pé aberto a sua frente , ninguém dentro.

Como Ele viu voltou para trás cambaleando e praticamente arrombou a porta da casa com a força que a empurrou , caindo lá dentro , já imediatamente queimando de febre.

Ouvi tudo com muita atenção sentado ali no Banho de Lua , o duro depois foi atravessar o campo em direção a casa dos meus avós , mas , consegui com um frio na barriga e todo arrepiado.

Fotos: Ronald Weber

Passado um tempo comentei com minha avó Donana se ela sabia algo da história que Tio Doca me contou , Ela confirmou e ainda disse , que Tio Doca era a terceira pessoa que tinha avistado aquele vulto e em todos os casos , quem o viu , teve febre alta por três dias.

Essa história que ouvi de Tio Doca e minha vovó Nana , eu confesso que nunca duvidei por serem duas pessoas que Eu confio e acredito , eles me contaram com muita seriedade.

E foi contada num momento de muita tristeza e dor para uma família de Leverger , naquela noite na Lanchonete Banho de Lua estávamos todos em profundo respeito pela dor do momento , o suicídio da amiga.

Quem atravessar o Largo dos Tarumeiros hoje em dia depois da meia noite , se avistar um vulto alto e branco , aparecendo ali e aqui , já sabe quem é , é a Febre em pessoa.

Leverger tem história.

Por/ Celso Anselmo Bicudo
Fotos: Ronal Weber/ Facebook
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