Liberdade com escolhas
Elizeu Silva
Para a Filosofia, o conceito de Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade. É a “sensação de estar livre” e não depender de ninguém. Ela (Liberdade) também é classificada filosoficamente como a independência do ser humano poder ter autonomia e espontaneidade. Claro, pela ótica cristã o conceito de Liberdade caminha num sentido mais além da “autonomia humana própria”. Sim! Somos dependentes e submissos àquele que nos projetou: Deus. Ele é o nosso fabricante e o seu querer é que façamos o bem. Entretanto, muitos ignoram a palavra “sensação de livre” e sequer creem no controle dum Ser superior, enfrentam o fato com dificuldade e decidem por querer ser aquilo que não são e até o que nunca poderiam ser.
A cultura de hoje auxilia a focar o erro de que a Liberdade se realiza na Autonomia Total do ser humano. Alguns conseguem transpor a isso ao escolher como parte especial dessa autonomia – a Liberdade Financeira -, independente se conseguida por méritos trabalhosos e honestos ou não. Enraizada no coração a ânsia pelo poder a qualquer custo, brota nele a patifaria dos atos ilícitos (corrupção), como caminho a seguir. Sejamos sinceros. No quesito patifaria da corrupção não precisa usar da religião para concordar que usurpar da coisa alheia, quer seja tomando na marra ou roubando do erário público, é uma ação maldita. Se for abominável ao homem temente, imagina a Deus?
Mesmo vivendo dias difíceis por conta da Covid-19 e outros males, ainda temos que deparar diariamente com acusações graves sobre fulano, beltrano ou sicrano de estes “Tomaram a Liberdade” de subtrair o dinheiro que era destinado à população. Em Mato Grosso esse assunto de “Liberdade Usurpadora” já virou moda nas manchetes nos meios de comunicação. São agentes públicos lameados numa hipocrisia de que atuam em favor da coletividade. Exemplos disso no momento é o “dinheiro do Paletó” e “as acusações gravíssimas que pesam contra os conselheiros do TCE/MT”. O engraçado nisso tudo é que ambos deveriam ter a função de zelar pela boa aplicabilidade dos recursos públicos.
No caso Paletó, parte dos vereadores da capital até tentaram abrir uma Comissão Processante. Mas a tentativa declinou em minutos por reciprocidade e lealdade amiga. A maioria dos edis ignoraram as imagens que mostra o dindin caindo do Paletó. Talvez as imagens sejam “fake ou pura ilusão de ótica”. No caso TCE, se confirmadas as acusações de enriquecimento ilícito de conselheiros, o despautério poderá ter um final sério e responsável. Vai vendo! Se algum dia tais acusações sejam aceitas de maneira comprovadas, tanto Paletó e conselheiros não passarão, num futuro próximo, de velhas raposas avarentas.
A corrupção apresenta no meio humano de todas as maneiras possíveis com intermináveis sinônimos segundo o dicionário, dentre os quais: furto, desfalque, desvio, subtração, surripianço, golpe, rombo, ladroagem, ladroíce, pilhagem, pirataria, espoliação, usurpação, rapina, rapinagem, rapinação, saqueio, pilha, abafo, afano, abafação, despojo, despojamento, gamanço, gatunagem, gatunice, palmanço, empalmação, escamoteio, escamoteação, latrocínio, esbulho e por ai vai. Em qual sinônimo Paletó e TCE se encaixariam? Ora. Essa Fantasiosa Autonomia Total, em especial a Autonomia Financeira, ainda mais se conquistada às escondidas um dia terá que ter um final. Se o ato é ignorado aos olhos humano, sem chances aos olhos de Deus. Nada fica em oculto para todo o sempre a observação do Criador e um dia o segredo vem à tona.
No quesito “direito de agir segundo o nosso livre arbítrio”, o conceito filosófico e a razão cristã se unem e concordam plenamente sobre a Liberdade. O apóstolo Paulo trata claramente o assunto como: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm (parte A de 1 Coríntios 6:12).” Vivemos num universo criado e mantido por um Deus Soberano que tudo vê. Portanto, esse livre arbítrio deve ser seguido com muita cautela e não a bel prazer corrupto. A Bíblia também discorre que os olhos de Deus são como chamas vivas de fogo e percorre a terra nos observando em tudo. Se agirmos de maneira certa – as bênçãos Divinas serão incontáveis em nossa vida. Se no erro – Ele nos exorta e faz revelar tudo em oculto, e o resultado dessas ações loucas e insensatas será muitas batalhas a enfrentar perante uma “Justiça séria”. Deus nos perdoa dos malfeitos de imediato se nos arrependermos com o coração contrito. Contudo, Ele jamais retira as consequências dos nossos erros. Queiramos ou não, teremos que arcar com eles.
E ai? A nossa Liberdade é ou não é pautada por escolhas? Se for vivida de bons exemplos teremos as bênçãos de Deus. Se vivida de maus exemplos, com toda certeza comeremos do fruto amargo como preço. “Eles”, você e eu temos a Liberdade para escolher. Com quais dos exemplos preferimos prosseguir adiante? É bom que façamos as escolhas certas porque “todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal, – 2 Coríntios 5:10.”
Elizeu Silva é jornalista em Mato Grosso