Júlio: “Candidatura de Emanuelzinho é precipitada e sem sentido”

Para ex-governador, candidatura de deputado federal pode atrapalhar planos dele e do pai

O ex-governador Júlio Campos (DEM), que concorre como primeiro suplente ao Senado na chapa de Nilson Leitão (PSDB), disse ter aconselhado o candidato a prefeito de Várzea Grande, Emanuel Pinheiro Neto, o “Emanuelzinho” (PTB), a não deixar pela metade o seu mandato como deputado federal para se lançar na disputa municipal.

Na leitura feita por Júlio, Emanuelzinho agiu de forma afobada e deveria ter esperando mais alguns anos para tentar ocupar o cargo almejado.

“Não era o ideal. Eu o aconselhei, quando me procurou com esse projeto, e disse que não era o momento. Ele é muito jovem para estragar a carreira dele montando uma candidatura precipitada”, disse o político.

“Eu acho que, nesse momento, a candidatura dele foi mais fruto da emoção, da pressão de alguns amigos e aliados, que forçaram um pouco a barra para ele entrar muito cedo. Ele podia muito bem, daqui a quatro ou oito anos, ser o prefeito de Várzea Grande ou até de Cuiabá,  ou governador do Estado”, completou.

O ex-governador classificou Emanuelzinho como um “bom menino”, afirmando que ele está fazendo um bom trabalho em Brasília e deveria concluir o seu mandato.

Na opinião de Júlio, a atitude do deputado é temerária e pode resultar em trabalho dobrado tanto para ele quanto para o pai, Emanuel Pinheiro (MDB), que disputa a reeleição na Prefeitura de Cuiabá.

“Essa candidatura dele é um pouco extemporânea, sem sentido, e neste instante não ajuda nem a ele nem ao pai dele em Cuiabá. Atrapalha os dois. É lamentável. Não foi bem pensada”, avaliou.

O político avalia, ainda, que Emanuelzinho pode sofrer com a “bagagem” e o desgaste enfrentado pelo pai, que teve a gestão em Cuiabá marcada por operações e prisões ou afastamentos de secretários, bem como tornou-se réu na Justiça Federal após ser flagrado recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás, no caso que tornou-se conhecido como o “Escândalo do Paletó”.

“[Essa bagagem] não vai ajudar. E Emanuel também tem que cuidar da candidatura dele em Cuiabá, porque não é fácil uma eleição com oito candidatos, e eleição em dois turnos porque ninguém tem chance de ganhar no primeiro turno, eu acredito”, afirmou.

 

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