Artistas criam asas e colorem muros com seus pincéis, para homenagear heróis da pandemia

A Fundação Júlio Campos – entidade sem fins lucrativos -, realizou na última semana o lançamento do projeto ‘Heróis da Covid-19’. A iniciativa consiste em homenagear, reconhecer e valorizar os profissionais que estão atuando na linha de frente no combate a pandemia do novo coronavírus e na manutenção de serviços essenciais.

Pelo menos quinze artistas mato-grossenses – muitos com mostras já realizadas no país e Europa – participaram da criação da ‘galeria de arte a céu aberto. Pintando asas em muros das cidades, simbolizando estes heróis, colocados no meio de uma pandemia, como verdadeiros anjos na terra. Com muitos deles já tendo perdidos suas vidas em favor de salvar e servir milhares de outras pessoas em Mato Grosso.

De acordo com a presidente da Fundação Júlio Campos, Laura Campos, a ideia foi homenagear, ‘com asas’, estes heróis, por meio dos pincéis, em artes inusitadas e lindas, criadas pelos artistas de Mato Grosso.

“Estamos homenageando estas pessoas que arriscaram, em alguns casos até tiveram suas vidas roubadas, para manter os serviços essenciais, na saúde e em diversos outros setores, em uma luta sem tréguas, para que estes serviços não viessem a faltar. São médicos, enfermeiros, fisioterapeutas mas, igualmente, cozinheiras, pessoal de limpeza e serviço gerais, entregadores e motoboys. Além de caixas de bancos, de supermercados, motoristas de ônibus, frentistas, caminhoneiros. Enfim, são tantas categorias, que prefiro não as citar mais pois, certamente, estarei esquecendo de alguma. Assim, convidamos esses heróis da covid, a conhecerem as suas asas para que se interajam e nos contem suas histórias. Nos contem quem são e como serviram tão, honradamente, as pessoas em meio a um vírus de fácil disseminação e de alta letalidade”,  diz Laura.

Assim, a homenagem não só é aos profissionais da área de saúde, mas também a todos os funcionários dos serviços essenciais. “Eu realmente estou muito feliz com toda essa jornada. Há muita generosidade e talento nesses momentos de provação. Nossos artistas locais expressarem-se lindamente. E o resultado são asas belíssimas, diferentes, únicas, como são todos e, em particular, cada um, que estiveram na linha de frente na pandemia do novo coronavírus. Nesses momentos de crise, é importante saber reconhecer aqueles que se arriscam mais e todos os dias”, complementa Laura.

Além da Fundação Julio Campos, as artes estão expostas em vários pontos de Cuiabá. Sendo elas na TV Brasil Oeste, Eletrofios, supermercado Comper da Avenida do CPA, fármacia Modelo localizada na Avenida Fernando Corrêa, Galeria do Pádua, Galeria Arcobaleno, Shopping 3 Américas, Shopping Goiabeiras, Várzea Grande Shopping, Clínica Vida Diagnóstico, em Várzea Grande, Maquinox, Complexo da Casa Barão, na Academia Mato-grossense de Letras e Autopeças.

Dentre os artistas que participaram da ‘mostra a céu aberto’ está o artista Victor Hugo.Para ele, a oportunidade foi gratificante, uma vez que nunca tinha pintado asas na vida, no entanto, a proposta de deixar registrado sua característica em forma de asa foi um desafio bom. Sua obra está exposta na TV Brasil Oeste e também na Fundação Júlio Campos. “Eu fico feliz em poder participar do projeto. É importante o reconhecimento do trabalho que estão sendo feitos por médicos, enfermeiras e todos profissionais que estão na linha de frente da covid-19”, conta o artista.

O artista Adriano Figueiredo pintou sua obra no Várzea Grande Shopping. Para ele, homenagear os anjos que são os profissionais da saúde e outros que estiveram na linha de frente, realizando os serviços essenciais à população, deixar sua identidade artística, nos muros das cidades, teve um significado e tanto em sua vida. “Poder prestar homenagens a esses verdadeiros heróis no combate à pandemia é maravilhoso. Foi um prazer em fazer parte do projeto. Fiquei imensamente feliz com o trabalho […] Acho que tem um significado muito grande neste momento, registrar esta luta. De prestar homenagens a esses verdadeiros heróis no combate a pandemia que afetou todo mundo. Então, fico feliz e fiz um trabalho com muito amor e dedicação”, ainda pontua Adriano.

Já o artista Valques Pimenta, deixou sua homenagem no muro da Maquinox, em Várzea Grande. “Fiquei orgulhoso por lembrarem de mim para fazer parte desse projeto. Assim, busquei deixar a minha identidade, enquanto artista, em forma de anjo e borboletas, retratando os peixes, pacús, piraputangas e as margaridas coloridas”, diz o artista, apontando a grandeza do projeto.Pois para ele, mais uma vez a arte foi colocada à serviço da memória. ‘Em especial e, infelizmente, de um tempo de dor e de vidas roubadas’, ainda diz Valques.

Por O Bom Da Notícia
Fotos: Reprodução

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